O curso de Arquitetura e Urbanismo
da ULBRA Campus Torres promoveu, de 08 a 15 de outubro, sua terceira Viagem de
Estudos Internacional, que além do roteiro pelas cidades de Buenos Aires e La
Plata, percorrendo exemplares de arquitetura e urbanismo de diferentes tempos
históricos, incluiu a participação na XVI Bienal Internacional de Arquitetura,
tradicional evento da área.
A capital argentina situa-se às
margens do Rio da Prata e é uma das maiores cidades da América do Sul. Fundada
em 1536, concentra exemplares da arquitetura Colonial, Barroca, Eclética,
Moderna e Contemporânea. A viagem foi organizada pelos professores Efreu
Quintana e Renata Matos, com supervisão da Coordenadora do curso Thaís Menna
Barreto. O grupo de 36 estudantes foi acompanhado ainda pelos professores
Anallu Barbosa, Bianca Breyer, Breno Clezar, Leonardo Garateguy, Marcos Bueno e
Marta Volkmer.
O roteiro da viagem de estudos teve
início pela visita guiada ao Teatro Colón, importante exemplar da arquitetura
eclética do início do século XX, cuja sala principal tem a forma de um teatro
italiano típico, com capacidade de mais de 2400 assentos. Em seguida, o grupo
realizou percurso pela Av. Corrientes, até chegar ao Parque de La República,
com o Obelisco comemorativo aos 400 anos de fundação da cidade, situado no
cruzamento com a Av. 9 de Julio, principal avenida da cidade com 140m de
largura.
Na tarde de segunda, a turma fez
seu credenciamento na Bienal Internacional de Arquitectura de Buenos Aires,
importante evento que reúne arquitetos de renome internacional, além de
inúmeras exposições. A Usina del Arte, sede do evento, se converteu em uma
atração à parte, por se tratar de edifício industrial do início do século XX que
abrigava a Companhia Italo Argentina de Eletricidade, recentemente reabilitado
e transformado em centro cultural com salas de espetáculo. Como destaque da
noite, a palestra do arquiteto Justo Solsona, autor de inúmeros edifícios
icônicos, premiado por sua trajetória de mais de 70 anos de arquitetura; e a
fala do arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, jovem arquiteto reconhecido
internacionalmente como um dos mais influentes e inovadores do mundo.
Na terça, o grupo assistiu ao
painel “Barcelona Ciudad Invitada”, com participação de Josep Maria Montaner e
outros arquitetos catalães. Depois de almoçar no Caminito, rua museu situada no
bairro de La Boca, o roteiro contemplou visita guiada à Fundacion Proa, centro
de arte contemporânea em um casarão reciclado do final do século XIX. De lá, se
dirigiram novamente à Bienal, onde assistiram às palestras da noite, com
destque para o arquiteto italiano Alberto Cecchetto. Como encerramento, o grupo
visitou a Puente de la Mujer, de Santiago Calatrava, e se reuniu em jantar festivo
no Restaurante Siga La Vaca, também no Puerto Madero.
O roteiro de quarta teve início com
visita à nova sede do governo da cidade de Buenos Aires, projetada pelo
escritório inglês Foster + Partners em frente ao Parque de los Patricios. Em
seguida, o grupo se dirigiu à La Plata, cidade planejada com traçado xadrez
cortado por avenidas diagonais que abriga a sede do governo da província de
Buenos Aires. Lá, o grupo percorreu as principais praças da cidade, com
destaque para a Plaza Moreno, no centro da trama, onde estão a Catedral de la
Immaculada Concepción, construída entre 1883 e 1932 em estilo Neogótico e o
Palácio Municipal, projeto com referências renascentistas do arquiteto alemão
Uberto Stier.
O ponto alto do roteiro foi a visita guiada à Casa Curutchet, único
projeto de Le Corbusier na América Latina, projetada em 1948 de acordo com os
“cinco pontos da nova arquitetura” e com o sistema de proporções “Modulor”.
Na quinta pela manhã, foi realizado
percurso no entorno da Plaza San Martín, em Buenos Aires, onde ficam a Estación
Retiro, a Torre Monumental e o Edifício Kavanagh. Em seguida, o grupo realizou
percurso pela Calle Florida, tendo como ponto de partida as Galerías Pacífico,
se deslocando em percurso livre até a Plaza de Mayo. Na principal praça do
centro de Buenos Aires, cuja origem remonta à fundação da cidade em 1580, o
grupo visitou os principais edifícios políticos e religiosos: o Cabildo, a Catedral
Metropolitana e a Casa Rosada, encerrando a tarde com visita ao Museo del
Bicentenario, exemplar de intervenção contemporânea em patrimônio histórico.
À noite, o grupo assistiu às conferências
da Bienal, com destaque para o jovem e premiado arquiteto argentino Nicolás
Campodónico e para o escritório catalão Flores y Prats, exemplar na
reabilitação de estruturas em desuso. Por fim, o grupo passou pela Floralís Genérica, escultura de uma flor gigante com sistema automatizado de abertura e
iluminação.
Na sexta, o percurso teve início
pela visita guiada à Biblioteca Nacional Mariano Moreno, projetada pelo renomado
arquiteto argentino Clorindo Testa e equipe. No ícone da arquitetura brutalista,
o grupo foi gentilmente recebido pela arquiteta Ana Miyno, grande
conhecedora do projeto e responsável pelo Archivo del Patrimonio Histórico
Constructivo da Biblioteca. Após almoçar no bairro da Recoleta, o
grupo seguiu para a Manzana de las Luces, quadra histórica que reúne várias das
mais antigas construções da cidade. À noite, o grupo participou da conferência
de encerramento da Bienal, ministrada pelo arquiteto espanhol Juan Herreros.
O roteiro de sábado teve início
pela visita guiada ao Edifício Barolo, projetado em 1923 pelo arquiteto
italiano Mario Palanti com inúmeras referências à Divina Comédia, de Dante
Alighieri. Em seguida, o grupo percorreu a Plaza Del Congresso e se dirigiu ao Puerto
Madero, onde observou as diferentes intervenções paisagísticas. Logo após, foi
feita visita ao Centro Cultural Kirchner CCK, antigo Palácio dos Correios e
Telégrafos completamente restaurado e transformado no Centro Cultural do
Bicentenário. Encerrando as atividades do dia, um happy hour em San Telmo,
bairro antigo famoso por seus cafés e antiquários.
O último dia de viagem se
concentrou em dois importantes parques urbanos da cidade. Inicialmente, o grupo
percorreu os Bosques de Palermo, passando pelo Planetário Galileo Galilei, para
em seguida, visitar o Parque de la Memória, referência contemporânea de desenho
paisagístico e tratamento de orla.
Mais uma vez, o balanço da viagem
de estudos foi extremamente positivo. Além da já tradicional oportunidade de ampliação
do repertório arquitetônico e urbanístico, essa viagem teve como ponto alto a
participação de todos na Bienal Internacional de Arquitectura. A possibilidade
de tomar parte em um evento internacional de tamanha proporção ofereceu aos estudantes
e professores uma chance única de atualização e ampliação de repertório técnico
e formal, elemento essencial ao fazer do arquiteto e urbanista. Além disso, como
de praxe, a viagem contribuiu para o fortalecimento das relações interpessoais,
demonstrando a importância dos contatos para a consolidação da carreira
profissional.
A Coordenação do curso agradece a
todos os envolvidos, especialmente aos professores Efreu Quintana e Renata
Matos, pela organização impecável, aos demais professores participantes e,
principalmente, aos alunos que se entregaram a esta experiência de forma tão
intensa. Temos certeza de que atividades desta natureza são transformadoras e
agregam imenso valor à formação acadêmica.
As viagens de estudo já são uma
tradição em nosso curso, a cada semestre lançamos um novo destino, cujos
roteiros intercalam as diferentes escalas, de passeios locais a viagens
internacionais, a fim de oportunizar a participação do maior número de
estudantes. Participe da próxima!